Ainda trago o vazio das horas que ficaram por contar, o vazio das palavras que deixei sózinhas, ao abandono do silêncio.
No espaço branco do que ficou por dizer, apenas resta a dúvida, de tudo o que não se veio a saber.
Trago afinal o vento e o mar juntos, perdidos na penumbra do que ficou por chegar, suspensos nas mãos que acabaram por se desprender.
Derrotada a vontade, fica o desalento das noites sem fim, e na espera fútil de todas as manhãs, apenas a loucura que lentamente se desperta em mim.
Como é fria agora a noite junto ao mar…
…e como a recordo ainda quente.
E assim, disfarço todas as dores nos trilhos que não conheço, nas pedras que atiro para bem longe… para não lhes sentir o peso pelo caminho…