27 maio 2006

amo-te...







Amo-te...
E as minhas mãos estendem-se para ti,
como um mar que chega à praia
e nada mais tem para oferecer.

O segredo da paixão


O dia írrompe pela madrugada,
na claridade rosa de um crepúsculo.
Os sonhos são o mundo de cada um,
e tu és de um mundo só meu.
Das folhas caídas que foram já verdes
são os teus olhos recordados,
que o mar traz-me sempre de volta ao teu olhar.
O dia arrasta-se pela côr de um rio espelhado,
e o seu brilho confunde-me na força desta paixão.
E quando o sol desaparece no longínquo horizonte,
é a noite que nos vem abraçar,
para que seja ela a testemunha desta razão,
e o seu silêncio nos venha falar,
deixar segredos que as palavras não conhecem
e que só os olhos parecem compreender.

24 maio 2006

Leve

Leve,
o sabor dos frutos por amanhecer.
Leve,
a lágrima que entorna o rio vagaroso.
Leve,
a mão que a noite da vista faz perder.
Leve o caminho que marcamos pela manhã.
Leve o sorriso que floresce em cada palavra vã.

E tão leve se torna o sono
que não conseguimos sequer adormecer.


10 maio 2006

Neste muro branco

Neste muro branco
segredam-se histórias caladas na cal.
Recordam-se breves fragmentos
de um dia singular,
onde papoilas dançam ao vento
e uma criança tropeça no teu olhar.

Neste branco muro
vivem-se histórias pintadas na pedra.
Anseiam-se beijos quentes
que tardam em principiar,
onde as mãos se procuram lentas
na nudez inquieta do teu respirar.

E é neste muro de cal branca,
que se revivem histórias de cada luar,
são histórias minhas e tuas,
memórias de todos os que souberam amar.