Amei-te,
quando as palavras eram apenas silêncio,
e o silêncio tudo o que me diziam.
quando as palavras eram apenas silêncio,
e o silêncio tudo o que me diziam.
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Amei-te,
quando as marés no meu corpo se perdiam,
e dos lábios o principio de cada incêndio.
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Amei-te...
Amei-te...
ali...
mesmo enquanto partias.
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E nas mãos vazias,
guardei apenas o sabor das lágrimas,
o cheiro das rosas,
e o mar que me trazias.
o cheiro das rosas,
e o mar que me trazias.
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1 comentário:
Na vida todos somos actores e ao mesmo tempo autores da nossa própria história. Rejeitamos guiões. Rasgamos páginas. Saltamos falas. Acrescentamos deixas. Fazemos novas anotações – a lápis – que achamos serem as melhores, que nos assentam como uma segunda pele, mas que por medo ou cobardia acabamos por nunca conseguir vestir. Por vezes acusamos o peso e o cansaço de tantos “takes” e horas e anos investidos sem no entanto conseguir obter o efeito desejado. Usamos máscaras. Maquilhamos a dor. Com os anos acabamos por nos esquecer da nossa própria história. Ficam então as páginas em branco que o esquecimento apagou. As imaculadas que nos arrependemos de nunca ter escrito. E aquelas que escrevemos e guardámos na gaveta na esperança de um dia conseguir representar. Mas quando damos conta o nosso tempo já passou e ninguém as poderá representar por nós.
P.
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