28 janeiro 2006

No teu olhar


É de azul que o mar solta o seu canto,
atormentado em azul celeste
pelo testemunho breve
da queda de um anjo.

Foi naquela tarde,
os teus olhos perderam côr
e lágrimas verdes
correram livres
pelo teu rosto infantil.
Em beijos entrelaçados,
exaltámos juras de eterno amor,
tu de rosas te cobriste,
e eu, estarrecido
no teu corpo perfumado
me encontrei perdido.
De cabelos soltos ao vento,
senti-te partir
quando me pegaste na mão
em silêncio,
num sorriso primaveril.

Agora,
os dias são apenas
tristes em desoladas marés,
de alguem que não soube ficar.

Agora,
apenas o mar se exalta
pelo azul que se tornou verde
no meu olhar.

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